Resenha: A Máscara do Rei
19:31Um país talhado à espada chega ao ápice de uma guerra dinástica. Dois reinos disputam pelo controle da cidade sagrada, mas sua sede por poder levará todos à descobrir que o caminho é mais obscuro do que se imaginava. Da guerra se construiu um império, das cinzas e do sangue se forjou um rei. Na teia da mortalidade, jogar é a única forma de sobreviver, pois nem todas as peças permanecem inteiras no fim. Um rei que não quer guerra, mas tem de ir para ela. Um rei que quer destruir todos os seus inimigos, por pura glória e rancor. Um príncipe que precisa lutar pela sobrevivência.
A Máscara do Rei conta a história de dois reinos no qual disputam o território e o controle total de uma cidade considerada “sagrada”, eles se dizem os verdadeiros herdeiros da cidade celeste.
De um lado está
Darastrix e o seu rei Svern. Os habitantes vivem na miséria e se sustentam como
pode, pois o rei só tem olhos para a guerra travada entre seu reino e os
Vutham. É claro que os que trabalham para ele e para a realeza vivem muito bem.
“A guerra mata até mesmo aqueles que não vão para o campo de batalha” refletiu o menino que lembrava toda vez o que seu mestre dizia sobre a guerra contra o outro povo. “Inútil e desumano, principalmente desumano”
Eldon é filho de Svern, mas pensa completamente diferente de
seu pai, no qual ele sente desprezo, principalmente por não assumir o seu papel
de pai nos momentos em que ele mais precisava. Sua mãe havia sido assassinada,
ele tinha certeza de que seu pai estava deitado com Sarene enquanto sua mãe estava
na beira da morte.
Sarena se tornou rainha e madrasta de Eldon, pois assim que
Cassandra morreu o padre Onório e “a igreja” logo a colocou ao lado do rei. O
livro logo de começo nos mostra a outra personalidade de Sarena, que de um lado
é companheira, atenciosa e dedicada, mas do outro é falsa, ambiciosa e uma
cobra sem caráter, nojenta, repugnante, invejosa, assassina, vadia [...]
Então vocês já vêem o meu amor por essa personagem que dá vontade de matar. E
tenha certeza de que ela não é a única personagem que te traz esse tipo de
emoção.
– Talvez eu devesse ter preparado a cobra para você, seu rei medíocre – seu sorriso se alargou. – Pelo menos tenho a certeza agora que tirei um de vocês do caminho.”
Do outro lado está
Auran Ossalur, o rei de Vutham, que como próximas tem apenas a sua mulher e sua
“irmã”. O rei não quer a guerra, diferente do povo de seu reino, principalmente
sua irmã na qual tem muitos segredos guardados, nos quais podem prejudicar todo
o reino.
Auran ao longo do
livro nos mostra ser justo, mesmo que a injustiça no momento possa lhe
favorecer o rei prefere ser honesto. Porém ser justo como ele é não muda o fato
de estar lutando para conseguir obter a posse da cidade celeste.
“Ainda que fosse Rei, sabia que palavras deviam ser pesadas antes de usadas.”
Quando a guerra
entre os dois reinos se fortalece e ambos unem soldados para lutar e planejar
estratégias, acontece imprevisto em ambos os lados.
Auran Ossalur acaba
de descobrir que há alguém o traindo. Alguém fez um pacto com os perigosos
hazans pedindo em troco o poderoso ferro negro banhado nas espadas. O ferro
negro é um material banhado pelas águas negras, porém muito perigoso. O
problema é: O que, além da alma, o traidor prometeu aos hazans? Pois eles não
se contentariam apenas com a simples alma do pactuante.
“Como posso sacrificar tudo o que mais prezo por homens que não respeitam suas próprias leis e se afundam ainda mais no inferno para terem o que querem?!”
Auran então, antes de ir à guerra, busca saber quem o traiu
para que assim o traidor não o prejudicasse. Assim ele vai procurar Cealdia, a
imperatriz de um reino que se localizava no deserto. Cealdia é uma mulher que
quebra todos os tabus e se ergue, mesmo com tanto machismo. Ela não é o tipo de
pessoa que se faz de vitima, mas sim que se levanta das cinzas.
Cealdia já se envolveu com os hazans, mas não tem mais
nenhuma aproximação deles, além de se lembrar de que os hazans só trouxeram mal
para a vida dela. Em seu reino, as mulheres são consideradas portadoras da luz
e quem as desrespeitam tem punições cruéis (até os genitais cortados).
“– Acha que pode falar de radicalismo para mim, quando o seu reino é machista e trata as mulheres como escravas sexuais ou empregadas domésticas? – Ela fez uma pausa ao ver um movimento maior no centro da cidade. – Volte ao seu reino e veja suas leis antes de julgar as minhas.”
Em um momento
diferente, Darastrix acaba perdendo a frente do rei na guerra por alguns
motivos, assim que isso acontece, a mensagem chega ao Auran, no qual dá um
tempo para que o arrumem alguém para assumir a frente antes deles atacarem. Auran
acha injusto atacar um reino sem ninguém à frente da guerra. Quem assume a
guerra é Baern Falkrlinn, o padrinho de Eldon. Baern é muito próximo de Eldon,
mas mantém uma relação intima com a Rainha Sarena. Ao contrario dela, ele a ama.
O livro mostra a ambição de alguns personagens de ambos os
reinos. Cada um com um propósito diferente, fazendo de tudo o que for preciso
para terem o que querem. Os caminhos obscuros e o interior desses personagens
são os que nos mostram o que eles podem fazer para chegarem onde querem.
“Entre viver com sofrimento e morrer com piedade, você escolherá ser rei.”
Eldon é a peça fundamental do livro. O garoto acha a guerra violenta
e acima de tudo desnecessária. O garoto está preste a assumir o reino e poderá
lutar pela sobrevivência e união dos reinados. Eldon, apesar de novo, é forte e
tem pensamentos e atitudes que poucos homens têm.
O livro é narrado em terceira pessoa, mas cada capítulo é
focado em um personagem diferente. Os títulos dos capítulos são o nome do
personagem em que estará em destaque naquele mesmo capitulo, mudando assim em
cada capitulo sem uma ordem exata.
É focado na guerra civil dinástica, mas tem um pouco de acontecimentos e personagens com envolvimentos sobrenaturais. Como a pagã que mais amo no livro, uma garota dos olhos lilás e que é puro amor. Ou uma cobra que fala. Cada personagem carrega a sua própria história, alguns marcados pelo amor, alegria e misericórdia, enquanto outros pela ambição, injustiça e crueldade.
“Não existe vitória ou derrota, nem mesmo herói ou vilão. Existe apenas a sobrevivência daquele que é mais forte.”
Essa obra eu considero entre as melhores que li este ano
escrita por uma autora nacional. Francine soube nos trazer o sentimento pelos
personagens do livro, seja algo bom ou ruim dependendo de cada personagem. A
escrita nos envolve nas páginas da obra, fazendo com que a leitura seja algo
prazeroso e envolvente.
Sem contar com a diagramação da Arwen. ♥ O livro está completamente lindo e a cada pagina me surpreendi não só com a história, mas com toda a diagramação bem caprichada.
Sem contar com a diagramação da Arwen. ♥ O livro está completamente lindo e a cada pagina me surpreendi não só com a história, mas com toda a diagramação bem caprichada.
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17 comentários
Oi Michael
ResponderExcluirEu me empolguei lendo sua resenha sobre lugares e tempos medievais fantásticos.
E fiquei ainda mais interessada ao ler que: este livro está entre as melhores leituras deste ano e que a autora é brasileira.
Dois coisas maravilhosas a se pesar. :)
Parabéns pela resenha.
colecionadoresdelivross.blogspot.com.br
Que bom que gostou!
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ResponderExcluirMuito boa a resenha Michael! O livro parece instigante ao extremo. Abraço!
Que bom que gostou!
ExcluirGostei da resenha. Parece um livro muito bom. Bjus!
ResponderExcluirgalerafashion.com
é muito bom!
ExcluirOi Michael
ResponderExcluirA premissa parece bem interessante. Os autores nacionais estão arrasando cada vez mais. Adorei os quotes.
Bjs, Mi
O que tem na nossa estante
Que bom que gostou!
ExcluirOiii,
ResponderExcluirNão conhecia o livro, mas a premissa é muito interessante mesmo.
Vou colocá-lo na lista para ler futuramente.
Bjs e um bom Domingo!
Diário dos Livros
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Que bom que gostou!
ExcluirOlá,
ResponderExcluirEstou amando livros nacionais, mesmo não sendo um livro que eu leria facilmente, fico animada por ver o sucesso que está fazendo.
Beijos
http://estante-da-ale.blogspot.com.br/
Que bom que gostou!
ExcluirOi Michel!
ResponderExcluirApesar de achar interessante a mistura de elementos, não é meu estilo de livro. Mas é sempre bom ver novos autores nacionais se destacando.
Beijos,
alemdacontracapa.blogspot.com
Que bom que gostou!
ExcluirOi
ResponderExcluirnem conhecia e quantos quotes marcados ai no livro, parece até ser interessante só que não chamou minha atenção o suficiente para ler.
momentocrivelli.blogspot.com
Que pena, Crivelli!
ResponderExcluirParece muito bom!
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