Resenha: Entrelace - Caminhos que se cruzam ao acaso

11:52


Uma das minhas disciplinas optativas desse semestre é ‘Adaptações curriculares para o público alvo da educação especial’ e o livro Entrelace Caminhos que se cruzam ao acaso caiu na minha mão como uma doce surpresa.  Entrelace tem tudo a ver com o público alvo que estudou estudando na minha faculdade de Pedagogia, apesar de não estarmos lidando com a infância nesse livro.

Eu decidi não ler as sinopses dos livros recebidos para resenha e isso se estenderá aos que eu venha comprar para que a surpresa durante a leitura seja maior. Quero dar a minha opinião mais sincera possível e esse foi um jeito que encontrei para fazer isso. Vamos juntos, finalmente, ler a sinopse?

Sinopse: Carol é uma mulher insegura e preconceituosa, que tem um relacionamento virtual com Henri, um homem forte e independente, que enfrenta as adversidades que a vida lhe impõe. Aparentemente apaixonados, embora nunca tenham se visto pessoalmente, eles anseiam transpor o namoro virtual para o real, mas o tão sonhado primeiro encontro não acontece como planejaram e eles rompem o relacionamento. Por mais que tentem se manter afastados, os destinos de Henri e Carol foram irremediavelmente entrelaçados e seus corações, unidos pelo amor, mas implacavelmente afastados pelo preconceito. O amor será capaz de vencer esse profundo e intenso embate contra o preconceito? Ou o preconceito será capaz de subjugar o amor presente no coração de uma mulher?


Título: Entrelace - Autora: Diana Scarpine - Gênero: Drama / Romance.
Editora: Independente Skoob: Adicione - Páginas: 485 - Vendas: Compre aqui!


Henri é uma pessoa com deficiência, após um acidente ele torna-se tetraplégico e a história começa depois de 20 anos que isso aconteceu. Henri é uma pessoa independente e, assim como todo mundo, tem seus desejos, anseios e um deles é de formar uma família. Ele conheceu Carol pela internet há dois anos e chegou o momento de conhece-la. 

Carol vai ao encontro e quando está achando que levou um bolo, pergunta para um cadeirante se viu alguém ali e descobre que a pessoa é simplesmente Henri, o cara por quem ela dizia estar apaixonada.

Graças a um engano ela não soube antes da condição de Henry e nesse momento, do primeiro encontro, Carol fala tantas coisas ruins para Henry que meu coração estremece. A princípio o que parece ser um ataque de fúria por não saber antes que Henry é uma pessoa com deficiência física, nas próximas páginas vai ganhando forma do mais puro preconceito. E com certeza tudo isso se dá pela IGNORÂNCIA, não se justifica já que as pessoas deficientes estão entre nós, mas a gente entende que com ela é pela ignorância seja pelas perguntas, algumas bem interessantes, mas também por algumas bem básicas (reais e bem possíveis de serem feitas por nós).

Não tem como não odiar Carol. Tem uma situação que acontece que eu quase joguei meu celular no lixo de tanta raiva dessa mulher, e depois tirei essa ideia da cabeça já que tenho muitos livros ainda para ler nele (risos). Mas a autora, Diane Scarpine, o conhecimento e o amor que são sentimentos brilhantes conseguem ir colocando humanidade no coração de Carol.

O amor será capaz de vencer esse profundo e intenso embate contra o preconceito? Ou o preconceito será capaz de subjugar o amor presente no coração de uma mulher?

Henry, Heleno e tantos outros personagens que aparecem pela trama são uns amores. Heleno é a fraternidade pura, no seu melhor significado. Henry é a superação, a vontade de viver, a vontade de mostrar que é possível sim VIVER e não só sobreviver após um diagnóstico de deficiência.

Eu acho que esse livro deveria fazer parte das bibliotecas das universidades brasileiras e das escolas de ensino médio, EJA, graças ao tamanho do trabalho de reflexão que esse livro traz. Ele nos  ajuda até a pensarmos nas políticas públicas que estão sendo cumpridas ou não, no trabalho do campo da Diferença, ver a diferença como algo positivo e claro nas atitudes particulares que tomamos diante a pessoas com deficiência, seja qual deficiência for.

Eu amei esse livro, a autora entende muito dos assuntos e campos que envolvem as deficiências, tanto quanto o da bioética e nos passa as informações importantes de maneira fácil e não mecânica. Você entenderá melhor a vida de uma pessoa com deficiência, você entenderá sobre como age o preconceito. Inclusive que às vezes você pode estar tendo atitudes e falas preconceituosas sem se dar conta, porém acima de tudo isso você vivenciará o amor de várias formas.


E esta situação tornava-se cada vez mais incômoda e dolorosa para mim. Amor e rejeição não podiam caminhar juntos. Pelo menos, na minha opinião não.

Escrever um livro com tamanha força e lições é um ato de amor ao próximo e que merece muito se espalhado por aí. 

Eu recomendo e esse se tornou um dos meus livros favoritos!

Quero terminar essa resenha dizendo que precisamos ter um mundo plural, um mundo que pense nas diferenças e que faça um trabalho de inclusão de todos e para todos.


Não precisa ser uma pessoa com deficiência, uma pessoa que sinta na pele, para notar que as calçadas estão esburacadas, é um dever público e nosso que isso não aconteça. Um buraco atrapalha a vida de cadeirantes, idosos com dificuldade no andar, uma pessoa com carrinho de bebe.

E outra coisa é que uma pessoa pode quebrar a perna, fazer uma cirurgia ocular, ter algum tipo de necessidade especial passageira e vai depender dessas questões resolvidas, então a inclusão é para todos. Ter um olhar para as pessoas com deficiências e para as diferenças é ter um olhar por cada um de nós também.

Até a próxima resenha.
Xoxo.

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7 comentários

  1. Que processo difícil o do protagonista.
    Fiquei curiosa para saber como será o primeiro encontro deles.
    Tenha uma excelente semana.

    Beijos,
    Naty
    http://www.revelandosentimentos.com.br/

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  2. Oii, Ludmila! Tudo bem? Não é o estilo de livro que costumo ler, mas sabe, o tema me chamou bastante a atenção. Parece ser interessante.

    Beijo!
    http://www.controversos.com

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  3. Olá, Ludmila! Que resenha maravilhosa! Estou emocionada!
    Muito obrigada!

    Abraço,
    Diana Scarpine.

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  4. Eu fiquei muito interessado no livro. Ter inclusão social é bastante difícil hoje em dia, mas a inclusão social de uma pessoa com deficiência e que carece de necessidades especiais pode ser 10 vezes mais difícil. Tive um familiar deficiente, e não havia tanta informação, ou inspiração para que a vida desta pessoa (que já se foi) se tornasse melhor. Encontrar uma história que aborde reflexões sérias sobre o assunto é no mínimo maravilhoso.

    Amei a resenha! Está de parabéns pela sensibilidade, Ludmila.

    Grande abraço!

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  5. Não conhecia o livro mas fiquei bastante curioso com ele, pela sua resenha parece ser um livro bem maravilhoso! =)

    MRS. MARGOT

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  6. Oi Ludmila!
    Não conhecia o livro ainda, mas que história maravilhosa! Adorei sua análise, realmente é um livro para ler e pensar em como podemos melhorar o mundo (e nós mesmos). Dica anotada!

    Beijos,
    Sora | Meu Jardim de Livros

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  7. Olá Ludmila
    Eu penso muito em escrever um livro, e um dia pensei em escrever algo desse tipo sabe, um casal se conhece virtualmente, mas pessoalmente existem impasses que o "impedem" de ficar juntos, acho que não vou mais escrever sobre isso, mas fiquei com muita vontade de ler esse livro, amei!
    Beijos <3

    estanteclassica.blogspot.com

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