RESENHA: OS 13 PORQUÊS

12:02


Oiee! Dia 31 de março, isso lembra algo? Para mim lembra e muito. Para quem não sabe, é o dia do lançamento de “Os 13 Porquês” na Netflix. Então, não há oportunidade melhor para falar deste livro e, de quebra, deixar você aí do outro lado com vontade de acompanhar a série. 


Sinopse: Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra na porta de casa um misterioso pacote com seu nome. Dentro, ele descobre várias fitas cassetes. O garoto ouve as gravações e se dá conta de que elas foram feitas por Hannah Baker, uma colega de classe e antiga paquera, que cometeu suicídio duas semanas atrás. Nas fitas, Hannah explica que existem treze motivos que a levaram à decisão de se matar. Clay é um desses motivos. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.

Título: Os 13 Porquês - Autor: Jay Asher - Editora: Àtica - Skoob: Adicione
Número de Páginas: 256 - Ano de Publicação: 2009


Hannah Baker se suicidou há duas semanas, mas ela deixou um ‘presente’ para seus colegas, algo que fará com que sua lembrança fique presente na mente dessas pessoas e não será da melhor forma.

Uma caixa de sapatos com 7 fitas, todas com dois lados, exceto a última. Os 13 porquês que a levaram a se matar.

A primeira regra é ouvir tudo, a segunda repassar para a próxima pessoa na lista, e Hannah espera que nenhuma das duas missões seja fácil. Pode apostar, não é.

Em cada uma dessas fitas, ela narra os motivos que a levaram a tirar sua própria vida, desnuda muitos alunos do colégio, portanto, dá para perceber que as missões acima citadas não podem ser fáceis mesmo.


O livro é narrado por Clay Jensen, um dos nomes na lista de Hannah, e somos conduzidos por ele do início ao fim. Clay envolve-se com as fitas profundamente, ouvindo-as sem parar e nos levando a cada ponto da cidade citado por Hannah, permitindo-nos imaginar como cada um daqueles porquês ocorreu.

Até que ela narra seu último dia. E as fitas acabam. E ninguém pode fazer mais nada.

Detalhes sobre o livro: Há um mapa da cidade com os pontos importantes marcados com estrelas por Hannah, ou seja, os leitores também recebem o mapa com os lugares onde os 13 porquês ocorreram. Ao final do livro, há uma lista de telefone e endereços úteis para quem se identifica com os sintomas de Hannah ou conhece alguém nesta situação. Há também uma entrevista muito interessante com o autor. Então, amiguinhos, vale a pena comprar a versão física, ok? Consegui em um sebo por R$ 10,00 e não há qualquer avaria no exemplar.


MINHA OPINIÃO

Ah, os 13 porquês. Livro que o Michael Vasconcelos me indicou e entrou para a minha lista de favoritos. Tem como não favoritar este livro?!

O resumo pareceu bem simples, ne? Hannah manda as fitas, se mata, Clay acompanha as narrações e pronto. É simples. Na verdade, é tudo bem simples mesmo se narrado por terceiros, mas quando sentido na pele é bem complicado e profundo.

Talvez você diga: mas a vida é nosso bem mais precioso? Por que desistir? Por que simplesmente não seguir em frente? Os 13 motivos dela são banais.



Naturalmente. Se pararmos para pensar, é o que a grande maioria da sociedade diz quando fulano se mata. Ele não tinha motivos, que bobeira, tão jovem e achando que tinha muitos problemas. Tudo frescura de uma pessoa covarde.

Apenas parem! Por favor.

O tempo que essas pessoas perdem julgando, poderiam estar ajudando alguém que realmente precisa. Como Hannah poderia ter sido ajudada, mas ninguém notou. Ninguém nota até que aconteça, não é mesmo? E, então, aquela pessoa não estará mais lá para que você possa remediar, para que você possa tentar salvá-la porque seu tempo acabou.

“Quando vocês tentam ajudar alguém e descobrem que essa pessoa está sem condições de ser ajudada, por que, em algum momento acabam jogando isso na cara dela?”

Não foram 13 motivos banais. Foram 13 motivos! 13 problemas que uma adolescente enfrentou sozinha. O efeito bola de neve. Conhece? Você tem um problema e quando pensa que pode se recuperar, aparece alguém para destruir a sua esperança, alguém que mina os seus sentimentos. E, então, você tenta se recuperar mais uma vez, e aquilo acontece novamente... até que você desiste. Porque sim, gente, pode apostar: dá para encontrar muito babaca pela vida. E, talvez, chegue um ponto em que apareça alguém legal, mas você já não está mais legal, você já não está livre para confiar, tem medo de se machucar novamente. Imagina mais uma decepção? É doloroso demais, difícil de suportar, e não é frescura.


“Talvez isso não parecesse grande coisa para você, Zach. Mas espero que você compreenda agora. Meu mundo estava ruindo. Eu precisava daqueles bilhetes. Precisava do mínimo de esperança que aqueles bilhetes poderiam ter me dado.


E você? Você me tirou essa esperança. Você decidiu que eu não a merecia”.

Entendam: Hannah jamais deveria ter se matado. Não a estou defendendo, mas apenas mostrando que isso é real. Que pessoas precisam de ajuda e que, se você pensa em se matar, por favor, saiba que a única pessoa que importa neste mundo é você mesmo. Se olhe no espelho e veja de verdade o seu futuro, veja que a sua vida pode ser diferente, apenas acredite. E, saiba, ninguém garante que você encontrará conforto se matando, pensa que pode apenas ser a continuação de um sofrimento, mas dessa vez eterno. Foi o que eu pensei muitas vezes.

“Ou, talvez, eu fique sabendo. Na verdade, não tenho muita certeza de como essa coisa de morte funciona. Talvez eu esteja atrás de você bem agora”.

Sim, já pensei algumas coisas e arranjei 13 motivos para não fazer. Compreende? Mesmo que fosse muito difícil continuar. Era mesmo, pode apostar.

Durante a leitura, o autor nos mostra como pequenos atos podem ser enormes. Às vezes você diz uma coisa que parece tão boba, mas não é. Essa mesma coisa pode atingir várias pessoas de maneiras diferentes.

“Acho que essa é a questão central. Ninguém sabe ao certo quanto impacto tem na vida dos outros. Muitas vezes não temos noção. Mas forçamos a barra do mesmo jeito”.

Mostra também como atos irresponsáveis podem afetar vidas. Vidas. Já pensou o que pode acontecer se o seu carro derrubar uma placa de PARE em um cruzamento? Nada, ne? Só que não!

No final, o autor ainda continua aproveitando cada última palavra do livro ao nos mostrar que as fitas de Hannah tiveram um efeito positivo na vida de dois personagens. Ou seja, elas podem ter este mesmo efeito em nossas vidas.

Às vezes, alguém só precisa de um sorriso, de uma palavra de incentivo ou de um “estou aqui por você, mesmo que tudo dê errado”. Seja essa pessoa.

“No ano que vem, após meu pequeno incidente, espero que a comunicação entre jovens continue”. 
P.S.: Só acho que o livro ficaria mais perfeito se trouxesse a cartilha que ensina como perceber se alguém quer se matar. Alguns dos sinais estão no livro como a mudança brusca no visual. 

TRAILER SÉRIE NETFLIX

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4 comentários

  1. Oie, Katerine!

    Adorei sua resenha! Amei o livro e a série está maravilhosa. Super recomendo!

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  2. Resenha incrível, parabéns! Eu tenho muita curiosidade em lê-lo. Abraço!

    www.marcasliterarias.com.br

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  3. Olá, Katerina!
    Tudo bem?
    Adorei sua resenha, li esse livro a alguns meses e fiquei muito reflexivo. Acredito que o bulluying, suicídio, suicídio e demais temas abordados nesse livro devem ser bem mais explorados em busca de mudanças. Afinal, suicídio é algo bem comum, assim como o bullying e estupro. Enfim, vi a série ontem e hoje e gostei bastante, foram bem fieis ao livro e me fez chorar e refletir bastante.

    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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  4. Eu sempre vi esse livro nas livrarias, mas apesar da curiosidade eu nunca procurei saber mais dele, mas pela sua resenha fiquei com muita vontade de ler. Parece ser uma historia pra se pensar bastante, adorei, e vou procurar ele pra ler.

    http://www.teoremademahlli.com.br

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